RRiccio's Poker Blog

Blog de poker do Roberto Riccio: artigos sobre poker e seus pensamentos sobre o jogo do texas hold'em.

quarta-feira, maio 30, 2007

Post #77 - Ooops

Fiquei uma semana sem internet. Sigh.

Back to business starting today!

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terça-feira, maio 22, 2007

Artigo #10 - Vantagens e Desvantagens de Jogar Sng's

Não jogo sng's a mais de um mês. Resolvi definitivamente fazer a transição pro cash e embora não seja ridiculamente fácil, estou adorando. Tenho aprendido muito esses dias e minha rotina é acordar/jogar/estudar/durmir literalmente.

Mas tenho observado o quanto foi importante para a minha formação como jogador ter levado os sng's a sério durante um ano e percebi que com certeza esse não foi um tempo desperdiçado. Vou falar um pouco sobre isso.

Vantagens de Jogar Sng's

É impressionante o quanto as pessoas jogam mal shortstacked poker. Seriously. Just look around.

Muitos jogadores (inclusive os considerados world champs) não fazem idéia do que estão fazendo quando tem menos de dez big blinds. Principalmente em mtt's.

Quando você chega nesse estágio, você tem que jogar push/fold, que é um jogo solucionável, ou seja, onde deixando algumas variáveis constantes (ranges dos adversários) só existe uma jogada certa.

Para os pros de sng's, o que conta é descobrir os ranges dos adversários e a partir daí eles sabem instantaneamente o que fazer. Para outros jogadores isso não é tão fácil, porque eles não conhecem essa matemática.

Jogando contra essas pessoas, não importa qual seja o tipo de torneio (mtt's, satélites, etc.), você vai ter um edge bem grande se masterizar sng's.

Teve uma mão muito comentada na internet que é um exemplo claro disso. Na mesma mesa onde a Jennifer Tilly checkou behind o river com o nuts, Phil Gordon mostrou toda a sua classe.

No segundo minuto do vídeo, com menos de 10 bb's ele dá limp de 55 ao invés de push. Sigh. E esse cara escreveu um livro sobre poker... Depois ele comenta que se a Jennifer Tilly não tivesse dado shove ele ainda estaria pensando se daria call ou não (quando não existe nenhuma mão do range do Ivey contra a qual ele era favorito. 44 só talvez). E pra piorar ele diz que o Phil Ivey é sortudo por ter ganho o flip, quando o Ivey fez a jogada certa e ele a errada. Meh.

Outra vantagem de jogar sng's é que você adquire disciplina pro início de mtt's.

Em um sng simplesmente não é lucrativo jogar loose no começo. Em um mtt geralmente também não é e embora você não precise ser um nit, você não quer ficar spewing chips no começo. Você aprende isso em sng's.

Existem, claro, outras vantagens de estudar sng's a fundo, mas acho que essas duas, principalmente a primeira, são bem mais importantes que as outras.

Perceba que eu disse estudar sng's a fundo. Não estou dizendo 'vá jogar um sng no final de semana pra melhorar seu jogo em mtt's'. Estou dizendo 'vá passar dois meses só jogando sng's e estudando essa matemática pra melhorar seu jogo em mtt's'.

Desvantagens de Jogar Sng's

Sng's são um jogo chato por natureza. Isso quer dizer que você nunca vai ficar muito feliz tendo um dia bom e que não vai poder ser tão criativo quanto em outros jogos.

Isso faz os sng's serem bem mais um grind que outros jogos. Jogar um sng é muito mais um trabalho que jogar um mtt. No mtt você está atrás do big score, tanto pra satisfazer o seu ego quanto pra ter aquele dia sick, onde tudo deu certo e você ganhou inf dinheiro. Nos sng's os big scores não vão ser nem um pouco tão grandes quanto os de torneios maiores.

E também existe outra desvantagem que eu odeio. Depois que você se torna um bom jogador de sng's, jogando você não vai aprender muita coisa nova. Enquanto sendo pro de cash por exemplo, o feel que você ganha com o passar do tempo e a melhora nas habilidades de hand reading vão ser muito importantes para o seu futuro como jogador de poker.

Espero que isso possa ajudar os indecisos sobre 'em que jogo focar', já que existem tantas possibilidades atualmente. Ponha as variáveis na balança e escolha o que é melhor pra você. Sua mente é analítica? Você costuma ter problemas de tilt? Você tem um ego muito grande? Você é criativo? Você não suporta variância? Pense sobre isso que você vai poder escolher qual jogo é o mais apropriado para o seu tipo de pessoa. Pode ser que esse seja sit and go. Mas mesmo que não seja pra sempre, você sempre vai ter aprendido algo novo que vai poder usar com sucesso no futuro.

-Roberto Riccio

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quarta-feira, maio 16, 2007

Post #76 - Fizeram Dois Clones da Jennifer Tilly...



Ugh. Não sei o que é pior. Um achando que splitou tendo o kicker pior ou o outro checkando o river com o nuts.

Enquanto isso um monte de jogador world class ficando de fora desse torneio. Vai entender...

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quarta-feira, maio 09, 2007

Post #75 - Um Pouco Mais Sobre 'Onde Focar'

Rodolfo Lacerda, um amigo e ótimo jogador, escreveu um post em seu antigo blog chamado O que importa e o que não importa.

Eu gostei muito do texto e o comentei num post que escrevi no Clube do Poker. Em seguida também comentei uma resposta que o Lotus Guardian (muito bom poster do fórum) escreveu em outro tópico, onde eram discutidas bad runs. O tema discutido tem tudo a ver com o artigo do Todd Arnold. Here it goes...

Acho que poucos tem idéia de quanto eu concordo com isso aqui.

Nós lemos todo dia mãos standards sendo postadas over and over and over, onde a pessoa só posta porque perdeu. Pra dizer a verdade existem várias mãos do tipo agora na página principal de cada seção do fórum.

É raro vermos mãos sendo postadas onde o hero ganha que não sejam uma brag escondida tipo 'olha, eu fiz a coisa certa!!!' ou 'boa, o cara tinha AA mesmo! postei só pra ver quem acertava que nem eu!'.

O que os dois últimos parágrafos tem em comum é que ninguém liga pro EV da mão. Ninguém liga se ali é óbvio que você tem que dar o push com AQ mas sim que pegou um 88 pela frente e podia 'não ter se arriscado' ou 'evitado o coinflip contra o LAG'. No que muita gente se liga é 'perdi, vo ali no fórum postar pra ver se podia ter evitado isso'. Mas se tivesse vindo o A no river a pessoa teria se esquecido de postar.

A parte onde o Rodolfo fala do limp do SB com A8o também imo é muito importante. A diferença de EV entre o que você vai fazer ali é de tipo 0.1 BB long run. Mas o jeito do qual você joga os potes reraised preflop oop faz uma diferença imensa no seu winrate.

É a mesma diferença entre dar limp ou open fold num A8o do sb no começo de um sng. Isso não faz diferença quase nenhuma. Mas dar fold em um 32o em certos spots de um bubble é algo péssimo, onde a diferença de EV é enormemente maior e que de algum jeito muito menos gente se preocupa.

"A fase passa. Se não passar é porque vc tá jogando mal. Quantos sits vc jogou esse mês? Quantos MTT e quantas mãos de cash?"

Quanto à isso também concordo plenamente.

Para a maioria dos jogadores (e eu me incluo nisso até um certo ponto) é difícil dedicar muito tempo diariamente ao jogo. Eu entendo isso perfeitamente, mas não adianta analisar seus resultados mensais tendo jogado 100 sng's em um mês. O pro que analisa os resultados dele num mês jogou 1000, 2000 sng's. Embora o espaço de tempo seja o mesmo, o número de torneios (ou mãos para o caso do cash) é notoriamente diferente para os dois. Eu falei um pouco sobre isso no último vídeo que fiz.

Se o pro que joga 100 sng's por dia passa por dias negativos e positivos, como você pode esperar jogando 100 sng's por mês que todo mês seu seja positivo?

E tem outro fator muito importante. Se você tem um ROI de 20% você vai sofrer bem menos bad runs que um cara que tem ROI de 5%. Novamente o mesmo se aplica ao cash. Então, qual o sentido de reclamar de bad runs quando se você tivesse um winrate maior (ou seja, jogasse melhor) você não teria a metade delas?

Se você está conseguindo o winrate máximo que dá pra conseguir nesse level, é até ok reclamar de bad beats e bad runs. Mas como o winrate máximo é algo utópico e você sempre vai ter algo para melhorar no seu jogo, não faz muito sentido se ligar nisso.

Eu digo isso um pouco como autocrítica, já que às vezes reclamo de estar passando por bad runs ou fico sem ânimo para jogar, mas vejo outras pessoas que literalmente não param e estão toda hora contando a 'velha história do do bad beat'. Vou ser sincero, eu não ligo a mínima pra isso... Eu não quero ouvir. Isso não é o que importa.

My two cents.


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sábado, maio 05, 2007

Guest Post #1 - Unclog Your Brain

Como eu tinha falado, estou abrindo um espaço no blog para os guest writers.

A seguir vai um artigo escrito por Todd Arnold para a revista Cardplayer, traduzido e resumido por Marcelo Carvalho.

Um dos artigos mais interessantes que li ultimamente veio na última edição da CardPlayer, do dia 11 de abril de 2007.

No artigo intitulado Unclog your Brain, Todd Arnold (vulgo NSXT2) tenta explicar o óbvio: o foco principal do seu jogo deve estar em suas decisões e não nos seus resultados.

Todo mundo está cansado de ler e ouvir dezenas histórias de bad beats e afins. Isso não importa. O grande jogador de poker não é aquele que consegue derrubar um AA com um push de K7o. O grande jogador é aquele que consegue colocar suas fichas em uma situação favorável de vitória.

Um exemplo óbvio, mas que serve para ilustrar o que ele tenta explicar:

Você dá raise com QQ em MP e recebe um call, do big blind. O flop é 3 6 J rainbow. O big blind, um gambler alucinado, logo anuncia allin. Suas damas parecem excelentes, certo? Você anuncia o call e o seu adversário mostra 45o. Tudo o que ele tem é uma straight draw, o que lhe dá o favoritismo de 65% para levar o pote. Pronto, você fez o certo. O resultado? Pouco interessa. Você já tomou sua decisão, não há mais nada que você possa fazer.

Meu Deus, o baralhão acertou o 2 no river e me derrubou. Jesus Cristo! Vou abrir um tópico num fórum da internet para reclamar disso! Não é possível, eu sou perseguido!

Supere isso. Coloque o seu foco em aprender a sempre tomar as decisões corretas, em ler os seus adversários, controlar o seu temperamento, reconhecer situações favoráveis e oportunidades, atacar as fraquezas dos oponentes e observar padrões, hábitos e tendências dos mesmos. Isso já é o suficiente para te manter ocupado! Esqueça os bad beats e os três outs que o oponente acertou no river. Isso não interessa.

Outros pontos negativos que não irão te ajudar em nada:

Eu sempre perco com JJ. Da próxima vez, vou dar limp e se alguma overcard bater no flop, eu logo largo e parto pra outra.

Não deixe que resultados passados afetem suas futuras decisões. Se você jogou da maneira correta, é um tremendo erro permitir que resultados negativos alterem como você irá jogar essa mão da próxima vez.

Toda hora esse jogador ataca o meu blind. Na próxima vez, eu vou dar um push pra cima dele.

Não deixe seu ego afetar suas decisões. Se você tem uma boa razão para dar um reraise, vá em frente e faça isso (mesmo que você esteja com 62o). Porém jamais deixe que o ego faça parte desse tipo de decisão.

Eu sempre jogo bem, acumulando fichas, mas eu simplesmente não consigo ganhar. Sempre tomo um bad beat e perco todo o trabalho de horas...

Você deve acreditar que se continuar a jogar bem, a vitória aparecerá naturalmente. Continue com esse estilo, tomando as melhores decisões. Eventualmente esses bad beats não irão acontecer. Só porque você jogou perfeitamente não significa que você irá vencer. Porém, jogando perfeitamente você irá aumentar consideravelmente a sua chance de vencer.

Não acredito que ele deu call com aquilo. O que ele tava pensando? Mas que belo de um fish!

Não fique nervoso com as jogadas bisonhas dos seus adversários. Pelo contrário, faça o seu melhor para explorar isso a seu favor. São esses jogadores que fazem o poker ser jogo extremamente lucrativo a longo prazo.

Eu amo essa mão. Eu odeio essa mão.

Poker não é um jogo de cartas. 72o pode ser bom em uma situação e AA pode ser ruim em outra. Pare de pensar tão diretamente nas suas cartas. Elas são uma das variáveis na equação de tomar uma decisão correta, mas não são a solução.

Com esses toques, Todd Arnold tenta mudar o foco principal do poker, que geralmente é sobre estatísticas frias e de situações que todos sabem e já enfrentaram. Ele termina dizendo para você deixar esses preconceitos de lado e buscar o foco no que realmente importa.

Parece óbvio, não? Mas nem sempre é fácil enxergar e encarar o que está na frente do seu nariz.
-Marcelo Carvalho

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